Por Professor Carlos Barros
Dizem que o brasileiro não tem memória, então vou ajudar. Data de 22 de agosto de 2019 a primeira vez que o Presidente quis trocar o Diretor-geral da Polícia Federal. A coisa foi anunciada na imprensa como chilique do Bolsonaro, como crise entre ele e Moro, mas ninguém foi até o âmago da questão.
Alguém mais atento pode ver nos jornais que a Polícia Federal está parada. Grandes investigações andam a passos de tartaruga. Você pode achar que é implicância minha. Tudo bem. Vai lá na página da Agência PF e veja as informações sobre as operações em curso. Nada que incomode políticos, nada de apuração de desvios de recursos públicos. Até drogas quem anda apreendendo é a Polícia Rodoviária para você ver.
Então no dia 25 de outubro de 2019, a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), enviou ao Diretor-geral o Of n° 045/2019-ADPF onde é narrado resumidamente que: 1. Assuntos fundamentais estão paralisados e a PF está relegada a segundo plano; 2. Não há critérios objetivos mínimos para assunção de postos internos na PF, 3. Há graves problemas de gestão de pessoal que comprometem o serviço da PF, 4. O Ministério da Justiça exclui a PF da coordenação de investigações; 5. O Ministério da Justiça interfere no entendimento jurídico da autoridade policial nos inquéritos; 6. O Ministério da Justiça labora de forma que atividades investigativas podem ser anuladas futuramente em casos envolvendo detentores de poder político. O documento está nas imagens abaixo. Leia você mesmo.
A principal razão posta do discurso de “despedida” de Sérgio Moro é que não haveria motivo de troca do Diretor-geral. Primeiro é bom deixar claro que a atribuição de nomeação é do Presidente da República, e não do Ministro da Justiça e Segurança Pública, segundo a Lei 13.047/2014 em seu artigo 2º-C. Assim, nem haveria necessidade de justificativa, mas vamos lá. Disse Sérgio Moro “O que eu sempre disse ao presidente: ‘presidente, eu não tenho nenhum problema em trocar o diretor-geral da Polícia Federal. Mas eu preciso de uma causa’. E uma causa normalmente relacionada a uma insuficiência de desempenho, um erro grave.”. Parece que os motivos existem, e são graves como apontado pela ADPF. Mais que isso, a Policia Federal sob comando de Sérgio Moro apresentava graves deficiências, e não estava cumprindo seu papel, e se havia interferência nas investigações, ao que parece, estas eram advindas do Ministério e não da Presidência da República.
Cai por terra mais que uma narrativa, mas uma biografia.
Fonte: Facebook
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